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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Segundo

Segundo

                Ah, que de fato somos nós para pensarmos que somos alguma coisa? Que é o amor senão um conjunto de acontecimentos físicos e psíquicos que nos leva a perder o sentido literal da vida... E por falar nela... O que é a vida? Talvez um emaranhado de lágrimas e sorrisos que nos levam a perder-nos por alguns caminhos e encontrar-nos em outros.
                E tendo um segundo a mais para viver, ah, deveríamos ser gratos. Deveríamos aprender a observar as qualidades e as oportunidades da vida. Aproveitar-se – no sentido menos mau caráter possível – da vida. Aprender cada dia mais com as suas curvas e sobes-e-desces.
                Aprender a respirar como se fosse última vez e sorrir como se tivéssemos de “engolir” o mundo. Chorar quando necessário, não economizando lágrimas, afinal elas lavam a alma tão bem quanto lavam os olhos.
                Amar pessoas, se apegar a algum animal. Ter um bem material de muita importância, talvez dois, mas não apegar-se inteiramente à matéria, pois as coisas mais grandiosas não podem ser contempladas com o olhar humano; é necessário um estado de espírito feliz, para que se contemple a felicidade que há na vida.
                E por fim, deve-se está disposto a cair; levantar; sorrir; chorar; sofrer; ouvir e falar. Disposição para aprender, para ensinar, para amar. Dar valor ao segundo, um segundo no tempo ou o segundo amor (se é que o primeiro um dia deixa de existir). Dar valor a chance que a vida nos dá.


Carlos Santos

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Algum Fato

Algum fato



                Eu nunca esperei por alguém. Nunca fui de sonhar com um grande amor, ou qualquer coisa parecida. Na verdade eu nem acreditava no amor;  algo comum entre as pessoas que sofrem. Mas é que certo dia conheci um certo alguém que me despertou um certo sentimento diferente, Tudo errado;  Tudo fora do padrão-eu-de-ser. Mas, não pude evitar...
                Então, logo eu, tão desacreditado, resolvi apostar na vida e dar-lhe uma chance a mais – talvez até dando-me a mim mesmo outra chance de viver. Resolvi experimentar um pouco da embriaguez proveniente do verbo amar e o conjuguei centenas de vezes na primeira pessoa do singular. Me apaixonei e agora o que outrora parecia impossível se tornara realidade em meu ser. Estava eu como um andarilho sentimental, esbarrando em pessoas na rua, compondo canções e poemas e fazendo poesia com qualquer coisa que me lembrasse a pessoa amada.
                Os dias se passaram e eu pude notar que, quando amamos (ao menos eu), criamos uma forma diferente de pensar e de agir. O que antes se dizia “eu”, agora diz “nós”. E tudo gira em torno não mais do eu-solitário-e-frio, mas do nós-dois-juntos; sendo felizes. E me fazia bem tanto amor, tanto amar, tanta paixão, tanta canção, tanto gostar... Era perfeito. Quando acordava a primeira lembrança que eu tinha era você. E durante o dia... E antes de dormir... E até dormindo as vezes – quando eu sonhava.
                Não sei interpretar bem o que aconteceu. Não sei se foi pura ironia do senhor tempo, que alguns intitulam genericamente de “destino”. Não sei se foi força impulsionada pelo ser que amorosamente chamo Deus; não sei se porque apenas tinha de ser assim. Mas tenho em mente que algum fato aconteceu e que eu sou grato. Grato Ao senhor tempo intitulado genericamente “destino”. Grato ao ser que amorosamente chamo Deus. Grato ao tal fato que aconteceu e me fez ser seu, só e somente só seu. Grato porque esse amor me aconteceu. Grato por ter você.


Carlos Santos